Amor e Psiquê (1)

Por volta de 1920, o mestre Nicola A. Gagliardi, neto do escultor Nicola Gagliardi, realizou uma reprodução em alabastro da famosa obra “Amor e Psiquê”. Trata-se de uma interpretação habilidosa do original de Antonio Canova, em que Amor e Psiquê se entrelaçam num terno abraço.

O instante capturado, fiel ao modelo de Canova, é aquele em que Amor desperta sua doce amada com um beijo. Enquanto ele a segura suavemente nos braços, ela se aproxima dele, segurando-lhe o rosto em um gesto de afeto. Suas bocas, muito próximas, ainda não se tocam, estão eternamente congeladas no momento anterior ao beijo.

Amor, para se aproximar de Psiquê, ajoelha o joelho esquerdo no chão e, com a mão direita, segura-lhe o seio, simbolizando o desejo amoroso. Ambos estão completamente nus, cobertos apenas por um pequeno véu que cobre o ventre de Psiquê. Outros elementos do original também são recriados na cópia, como a formação de uma cruz quase sugerida pelos movimentos dos protagonistas.

Essa estátua é notável pela sua complexidade oculta sob uma aparência de simplicidade. Os detalhes em mármore revelam a grande habilidade do escultor, que, mesmo buscando a perfeição em cada particularidade, destaca que o mais importante é o beijo que os jovens amantes estão prestes a trocar.

Na parte posterior da base encontram-se as iniciais da assinatura do escultor e o ano de reprodução: 1920.

O estado de conservação da obra é bom: há um pequeno reparo na parte superior da asa esquerda de Amor e uma leve abrasão no nariz de Psiquê. A escultura apresenta ainda uma pátina amarelada, resultado da aplicação de cera de abelha no passado para manter sua superfície brilhante.